O projeto EXALAR XXI é um projeto do Instituto de Saúde Pública (ISPUP) e da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto que vai estudar a relação entre o ambiente urbano e as doenças alérgicas e asma em crianças usando para tal conhecimentos de geografia, biologia, medicina e das ciências do ambiente.

Atualmente, mais de 150 milhões de europeus sofrem de doenças alérgicas, estimando-se que em 2050 metade da população europeia seja afetada.

Este problema assume proporções maiores entre a população pediátrica. As doenças alérgicas e, em particular, a asma, estão entre as doenças crónicas não transmissíveis mais comuns, sendo a principal causa de hospitalização entre as crianças de países de alto rendimento.

A urbanização e as exposições ambientais nocivas a ela associadas, tais como a poluição do ar e a reduzida exposição a espaços naturais ricos em biodiversidade, têm sido apontados como possíveis responsáveis pelo aumento da prevalência das doenças alérgicas.

A “hipótese da biodiversidade” defende precisamente que o contacto em idades precoces com a natureza (fauna e flora) promove a adaptação do sistema imunitário, contribuindo para a prevenção da sensitização alérgica. Porém, a evidência científica sobre esta possível relação ainda não é conclusiva.

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O projeto EXALAR XXI vai estudar a influência da exposição à poluição atmosférica, espaços verdes e aquáticos e biodiversidade no risco de desenvolver doenças alérgicas e asma entre crianças.

Com esse objetivo, irá ancorar-se em dados da Geração XXI (G21), uma coorte constituída em 2005/6 que reúne 8647 recém-nascidos da área Metropolitana do Porto. Desde essa data, estas crianças têm sido avaliadas regularmente de forma a recolher informação clínica, social e demográfica o que permite dar resposta a questões cientificas importantes.

Paralelamente, este projeto irá usar múltiplas fontes de informação geográfica que permitirão uma caraterização aprofundada das exposições ao ambiente bio-geofísico (poluição, áreas verdes e aquáticas, biodiversidade) na Área Metropolitana do Porto.

A integração destas fontes de informação (clínica e ambiental) é viável porque todos os participantes da coorte Geração XXI estão georreferenciados, sendo possível fazer-lhes corresponder um lugar e rastrear todas as exposições ambientais a que vão sendo cumulativa e sucessivamente expostos.

Com os resultados deste projeto pretendemos responder às hipóteses científicas subjacentes a esta investigação, mas também responder a questões de natureza prática e produzir recomendações que possam ser usadas pelos decisores e planeadores urbanos de forma criar ambientes urbanos mais saudáveis, inclusivos e sustentáveis.